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Na mitologia grega, o filho de Dédalo aprisionado no labirinto de Creta fabricou asas de cera e escapou voando, mas morreu! Aproximou-se em demasia do Sol. Para dominar o Sol não bastam asas de cera, entretanto, para sair do labirinto não é necessário dominar o Sol. Os Icaros modernos sofrem o mesmo dilema.

Espanta ver pessoas inteligentes e bem preparadas, “experts” em seus assuntos acadêmicos pretenderem explicações humanas para questões sobrenaturais; diz a lenda que Agostinho tentou, mas retificou em tempo. Não existem regras acadêmicas ou teses filosóficas que superem a graça. Decepções, perdas econômicas, enganos induzidos ou não, são fatos pessoais e assim devem ser tratados. Custa-me a leitura de comentários pretensamente sábios em questões espirituais, desmerecendo a capacidade e a inteligência alheias, pinçando trechos de depoimentos que de algum modo contrariem a difamação pretendida. Existem motivações maiores, que só podem ser compreendidas com outras luzes que vão além das asas de cera acadêmicas, mas que estão à disposição de qualquer criança de oito ou de mais de oitenta anos.

Inevitável a lembrança do santo Cura D´Ars, cuja biografia é um exemplo e pode ser lida em opúsculo da Quadrante, com a qualidade suficiente para quem busca a infância espiritual e o aperfeiçoamento nas virtudes. Não tenho nem quero procuração dos que fizeram comentários anteriormente, nem do Dr. Luiz Leme, a quem conheço e admiro (assim como ao Professor Luiz Jean, que me ensinou tantas coisas, e me ajudou a tornar-me aquilo que sou: “torna-te o que és” dizia-me Pindaro pela boca de Lauand), mas, fraco que sou, caí na tentação de me manifestar.

O conteúdo geral deste site me faz lembrar de um candidato nanico nos horários políticos que se limitava a berrar: “Cadê você, Franco Montoro?”, com o óbvio intuito de polarizar com o então líder das pesquisas. E as respostas e comentários “marianos” aos que se aventuram a não concordar com a difamação deixam claro aos “coitadinhos ignorantes” que eles não sabem nada, que há um degrau cultural muito grande entre eles (agora nós) e os marianos do site, que personificam a perfeição que só não é mais perfeita porque a Obra lhes roubou um naco. Quem discorda invariavelmente é taxado de nada saber porque “estão longe”, “ainda não viram nada”, “ignoram tudo”, “são de segunda e terceira classes”, “não pertenceram à elite”, inocentes úteis, etc...

Como SN atento e livre, talvez eu esteja a uma distância adequada do Sol, de modo que aproveito melhor seu calor e sua luz e não fico infeliz quando algo não vai bem. Posso, portanto, argumentar sem o fanatismo que às vezes ataca o mais fiel dos corintianos. Bem aconselhado, posso livremente optar por não enfrentar o Sol sem proteção, usar as asas de cera para belíssimos vôos panorâmicos e aguardar a aurora quando o Sol se põe, escurece e tudo parece tão frio. Não me interessam segredos de alcova, nem se existem mais coisas entre o céu e a terra além da felicidade. E é isso que quero para meus filhos e meus amigos, que sejam felizes onde estiverem e onde puderem. Se a vã filosofia dos catedráticos não serve para a felicidade fico com a ingenuidade pura dos que “não conhecem nada”, mas são felizes e contribuem para a felicidade dos outros.

Quanto aos assuntos palpitantes do site, ainda ontem li na UOL uma crônica transcrita da revista TRIP, de um cineasta judeu (ele assim se define) relembrando um fato de sua adolescência no Bom Retiro, quando com menos de 15 anos ele já comprava drogas de um traficante conhecido dos guris do bairro e, com um amigo, separava em pacotes e revendia, apenas para poder fumar de graça. Lembrei da Adef, da Quadrante, de meus pais e de meus filhos e dei graças a Deus por ter com 15 anos outras preocupações que não a de fumar de graça ou trabalhar em bocas de fumo no Bom Retiro. Com 15 anos eu já era convidado a fazer bons e silenciosos retiros, e eu os fazia com os jesuítas muito marianos, aqui em Indaiatuba, ou no Rio com os alunos do Santo Inácio, hoje os faço na Aroeira, em Ibiúna ou onde exista um pregado por sacerdote da Obra.

Atualmente uma pessoa com bem menos que 12 anos de idade já precisa orientação segura para entender as coisas da vida: com essa idade garotas já engravidam e garotos fumam e cheiram como gente grande, completamente desorientados, massacrados pelo marketing agressivo para o consumo de tudo que gere lucro.

As coisas da vida vão entrando nas mentes sem pedir licença, sem comprar ingresso e sem respeitar mais nada; é, portanto desaconselhável que pais e mães sérios e com boas intenções deixem de incutir nas crianças as idéias que julgam corretas, ensinem a consumir adequadamente o que é bom, e agradecer se existe quem os possa ajudar nessa tarefa, nos clubes e nos colégios. São bem-vindos os clubes familiares, os cursos de formação, as boas escolas, e se a orientação espiritual estiver de acordo com a nossa fé então, meu Deus, que alegria!

Interessante o artigo do Dr. Luiz Leme que li aqui mesmo no site. Traz dados que merecem ser considerados e tem o rigor cientifico adequado ao veiculo. Eu acredito nele e os críticos (Lampedusa & Machado e Davi Fernandes) me pareceram bem preconceituosos, não só em relação ao autor, mas também com relação a algumas minorias. De fato, a esquizofrenia, a demência e os problemas psicológicos não são oficialmente as principais doenças que atingem o povo brasileiro e nem a Obra, e foi isso o que eu entendi do artigo do Dr. Leme. Li no Estadão, na semana passada, que o principal problema de saúde no Brasil é o excesso de peso; acredito que na Obra também. Embora sem o rigor cientifico exigido por L&M posso arriscar que um dos maiores problemas de saúde na Obra é a obesidade. O próprio santo fundador dizia que sua fé era tão gorda, que se podia cortar com a faca.

As questões dos doentes mentais e de homossexualismo não podem ser analisadas da mesma forma como foram na triste comparação feita por Davi Fernandes. A meu ver devem ser tratadas de modo distinto, sob pena de discriminação, já que segundo as indicações politicamente corretas o homossexualismo é uma opção e, portanto supõe o exercício da liberdade, ao contrario da doença. A comparação de Davi é preconceituosa, visto que os doentes não exercem a liberdade de optar; nesse sentido (o de exercer o livre arbítrio) a comparação de Davi com sonegadores, corruptos e praticantes de abusos fica melhor, já que esses também só existem graças à liberdade de optar, ao contrário dos doentes.

Claro então o posicionamento de Leme no sentido de que há doentes na Obra como os há no mundo, mas, proporcionalmente há menos sonegadores, menos corruptos e menos praticantes de abusos na Obra do que no mundo porque ao optar pela vocação ficaram excluídas as opções contrarias.

Resumindo a opera, a vocação não afasta a doença, mas vacina contra opções livres que sejam contrarias à lei natural. Se a vacina falha, aplicam-se os remédios necessários, que podem levar algum sofrimento e até à defecção, com ou sem difamação eletrônica.

Ainda não li o livro dos bastidores, no momento planejo ler antes a biografia de J.G. R. de Alckmin: “Simplesmente Justo”, do qual já li algumas passagens e lembrei muito de meu pai, fiquei imaginando a emoção e o agradecimento que eu sentiria por quem publicasse com tanto carinho uma biografia dele, que foi tão amigo de Alckmin. Meu pai foi um homem lutador, buscou e com a graça de Deus encontrou a felicidade com muito sofrimento, tivemos juntos momentos de grande alegria e também de graves tensões sempre superadas pelo amor, mais o paternal que o filial, por isso me chocou ler o comentário de um filho que para difamar o biografo não hesitou em atirar no próprio pai.

Quando terminar o “Simplesmente Justo” vou procurar os bastidores, mas sempre ficarei em duvida, pois os bastidores podem ainda estar longe da verdade, poderiam existir novos bastidores que não foram revelados sequer aos experimentados autores dos bastidores atuais, numa sucessão de bastidores e reviravoltas capaz de enlouquecer os mais obstinados apreciadores das tramas da contra espionagem na guerra fria.

Outra tentação irresistível em que caio com freqüência é a de citar Paulo Vanzolini, mas sempre chega um amigo (geralmente da Obra) e diz: “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

MPL (Mariano, Pecador, Leal).